quinta-feira, 9 de dezembro de 2010


Primeiro dia do inverno (Solstício do Inverno).
Também conhecido como Natal, Ritual de Inverno, Meio do Inverno, Yule, o Sabbat do Solstício do Inverno é a noite mais longa do ano, marcando a época em que os dias começam a crescer, e as horas de escuridão a diminuir. É o festival do renascimento do sol e o tempo de glorificar o Deus. (O aspecto do Deus invocado nesse Sabbat por certas tradições wiccanas é Frey, o Deus escandinavo da fertilidade, deidade associada à paz e à prosperidade). São também celebrados o amor, a união da família e as realizações do ano que passou.

Nesse Sabbat os Bruxos dão adeus à Grande Mãe e bendizem o Deus renascido que governa a "metade escura do ano". Nos tempos antigos, o Solstício do Inverno correspondia à Saturnália romana (17 a 24 de Dezembro), a ritos de fertilidade pagãos e a vários ritos de adoração ao sol.

Os costumes modernos que estão associados ao dia cristão do Natal, como a decoração da árvore, o acto de pendurar a oliveira, queimar o tronco de Natal, são belos costumes pagãos que datam da era pré-cristã. (O Natal, que acontece alguns dias após o Solstício de Inverno e que celebra o nascimento espiritual de Jesus Cristo, é realmente a versão cristianizada da antiga festa pagã da época do Natal).

A queima do tronco de Natal resultou do antigo costume da fogueira de Natal, que era acesa para dar vida e poder ao sol e que se pensa ressurgido no Solstício do Inverno. Tempos mais tarde, o costume da fogueira ao ar livre foi substituído pela queima dentro de casa, de um tronco e por longas velas vermelhas gravadas com esculturas de motivos solares e outros símbolos mágicos.

Como o carvalho era considerado a árvore Cósmica da Vida pelos antigos druidas, o tronco de Natal é tradicionalmente de carvalho. Algumas tradições usam a madeira de pinheiro para simbolizar os deuses agonizantes Attis, Dionísio ou Woden. Antigamente as cinzas do tronco de Natal eram misturadas à ração das vacas, para auxiliar numa reprodução simbólica, e eram espalhadas sobre os campos para assegurar uma nova vida e uma primavera fértil.

Pendurar visco sobre a porta é uma das tradições favoritas do Natal, repleta de simbolismo pagão, e outro exemplo de como o Cristianismo moderno adaptou vários dos costumes antigos da Religião Antiga dos pagãos. O visco era considerado extremamente mágico pelos druidas, que o chamavam de "árvore Dourada". Eles acreditavam que ela possuía grandes poderes curativos e concedia aos mortais o acesso ao Submundo. Houve um tempo em que se pensava que a planta viva, que é na verdade um arbusto parasita com folhas coriáceas sempre verdes e frutos brancos revestidos de cera, era a genitália do grande deus Zeus, cuja árvore sagrada é o carvalho. O significado fálico do visco originou-se da ideia de que seus frutos brancos eram gotas do sémen divino do Deus em contraste com os frutos vermelhos do azevinho, iguais ao sangue menstrual sagrado da Deusa. A essência de vida que o visco sugere fornece uma substância divina simbólica e um sentido de imortalidade para aqueles que o seguram na época do Natal. Nos tempos antigos, as orgias de êxtase sexual acompanhavam frequentemente os ritos do Deus-Carvalho; hoje, contudo, o costume de beijar sob o visco é tudo o que restou desse rito.

Viscum album tem três subespécies:
Viscum album mali, com bagas brancas, apresenta folhas ovaladas de bordos lisos em pares ao longo do caule lenhoso. Parasita árvores do género Populus e Crataegus, e a macieira, o limoeiro etc.
Viscum album abietis, o visco dos abetos.
Viscum album pini que parasita os pinheiros no centro e sul da Europa e norte da Turquia.
Viscum cruciatum é empadazita da oliveira.
Está em algumas culturas associado às festividades do natal, assim como o azevinho.
As suas bagas possuem propriedades medicinais. O visco era antigamente usado como remédio para a epilepsia e distúrbios nervosos, para doenças cardíacas, hipertensão e para a digestão

A tradição relativamente moderna de decorar árvores de Natal é costume que se desenvolveu dos bosques de pinheiro associados à Grande Deusa Mãe. As luzes e os enfeites pendurados na árvore como decoração são, na verdade, símbolos do sol, da lua e das estrelas, como aparecem na árvore Cósmica da Vida. Representam também as almas que já partiram e que são lembradas no final do ano. Os presentes sagrados (que evoluíram para os actuais presentes de Natal) eram também pendurados na árvore como oferendas a várias deidades, como Attis e Dionísio.

Outro exemplo das raízes pagãs das festas de Natal está na moderna personificação do espírito do Natal, conhecido como o Pai Natal que foi, em determinada época, o deus pagão do Natal. Para os escandinavos, ele já foi conhecido como o "Cristo na Roda", um antigo título nórdico para o Deus Sol, que renascia na época do Solstício de Inverno.

Colocar bolos nos galhos das macieiras mais velhas do pomar e derramar sidra como uma libação consistiam num antigo costume pagão da época do Natal praticado na Inglaterra e conhecido como "beber à saúde das árvores do pomar". Diz-se que a cidra era um substituto do sangue humano ou animal oferecido nos tempos primitivos como parte de um rito de fertilidade do Solstício do Inverno. Após oferecer um brinde à mais saudável das macieiras e agradecer a ela por produzir frutos, os fazendeiros ordenavam às árvores que continuassem a produzir abundantemente.

Os alimentos pagãos tradicionais do Sabbat do Solstício do Inverno são o peru assado, nozes, bolos de fruta, bolos redondos de alcaravia, gemada e vinho quente com especiarias.

Incensos: louro, cedro, pinho e alecrim.
Cores das velas: dourada, verde, vermelha, branca.
Pedras preciosas sagradas: olho-de-gato e rubi.
Ervas ritualistas tradicionais: louro, fruto do loureiro, cardo santo, cedro, camomila, azevinho, visco, musgo, carvalho, pinhas, alecrim e sálvia.

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